sábado, 25 de junho de 2011

VAGANDO...

Vagamos neste mundo, como almas, pelo destino
marcadas, carregando cruzes que não pedimos, punidos sem julgamento, atiçam-nos nossos desejos, nossas vestes, já rasgadas, desnudas carnes ameaçam-nos incendiar, a qualquer momento!

Tentei ser eu mesmo, livrei-me das cadeias sem
nexo, que os limites do senso comum, a meu corpo,
impunham, coração libertei, dei asas ao anjo do meu próprio sexo, novas marcas me adornaram, agora, minha dor, testemunham!

Num conflito entre as forças primevas, Yin e Yan
do desejo, campo franco entreguei às batalhas, sem temor, sem Ira, por um olhar de atenção que fosse, por um simples beijo, arderam-me as carnes, consumidas, como que numa pira!

Em meio a tantas desditas, tanto sofrimento sem
causa, fui levado, da loucura às raias, meus limites a encarar, me deixei seduzir, aceitei nesta guerra,
armistício, pausa, na esperança, que a bonança, pudesse estas chagas curar.

Mas era tarde demais, e só agora disto me dei
conta, pois ferida de amor não se cura, apenas se
enterra, e na batalha em que estejam os sentimentos em jogo, melhor seria deixar-se consumirem as carnes em fogo, que acreditar poder esconder, sentimento de tal monta, pois o coração, sempre será a vítima maior desta guerra!

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